Logística reversa de lâmpadas com mercúrio já existe
Lâmpadas de vapor de sódio e metálico contêm mais mercúrio dos que as fluorescentes e têm processo de logística reversa delicado. A Liteman, que vende 10 mil unidades por mês, montou um esquema que permite reciclar 100% do que põe no mercado, sem passar o custo para o preço do produto. "Sacrificamos a margem de lucro pelo diferencial competitivo. E reciclamos as lâmpadas da concorrência", diz a gerente de estratégia Gláucia Sudan Antão. Saiba como:
1. Entrega e coleta
A empresa instalou três pontos de coleta - São Paulo (capital), Paulínia (SP) e Indaial (SC) - para recebimento dos produtos pós-consumo. O consumidor deve colocar a lâmpada de volta na embalagem e contratar uma transportadora de confiança para levar o material até o ponto.
2. Sem mercúrio
Neste equipamento chamado retorta (foto), o vidro e os outros componentes são descontaminados. Ele esmaga a lâmpada sob baixa pressão para que o vapor não fuja (processo chamado de ruptura controlada) e aquece o mercúrio a 480°C. Assim é possível recuperar 99,9% do metal.
3. Separação
Depois de descontaminados, os soquetes e terminais elétricos das lâmpadas são separados e seguem para trituração e reciclagem. O vidro do bulbo das lâmpadas vai para a indústria de piso cerâmico, que utiliza uma camada de vidro derretido para tornar o piso mais brilhante.
4. De volta à produção
O mercúrio extraído das lâmpadas volta para a indústria para a fabricação de termômetros e amálgamas. Uma lâmpada contém entre 30 e 150 mg de mercúrio, dependendo da potência. Se descartada sem cuidados, pode contaminar até 20 mil litros de água.