Aborto: Um direito que deve ser de todas as mulheres.


13/12/2017 às 12h46
Por Luiz Alfredo Saboia

O aborto é um tema muito discutido pelo fato dele ser um tema que atinge valores morais e religiosos de uma boa parte da população talvez por isso ele seja um projeto difícil de ser colocado em votação pelo plenário e posteriormente difícil de ser aprovado pelo mesmo caso ele vá para pauta da tribuna.

Por que então descriminalizar essa conduta?

1º Fato: Apesar de ferir valores morais e religiosos, segundo a CF/88 No art 5º, VIII  “Ninguém será privado de direitos por motivos de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política...” Então já exclui-se o fato de valores impedirem que essa conduta ainda seja considerada ilícita. Mais se tratando de crença religiosa podemos citar dois exemplos as quais dizem que é permissiva até certo tempo de gestação a interrupção da gravidez: Os médicos anglicanos e luteranos dizem que até os 3 meses de gravidez o feto não consegue respirar e os mulçumanos dizem que até os 4 meses de gravidez o feto não consegue respirar.
Outro pressuposto que indica que valores religiosos não podem interferir na decisão favorável da descriminalização esta na CF que cita que o Brasil é um país laico, ou seja, não há religião oficial e que religião nenhuma pode interferir na lei.

2º Fato: Quebrar preconceitos.
Sim, em pleno século XXI existe muito preconceito a respeito do aborto por muita das vezes o assunto é tratado com discórdia e ódio pelo fato dele ferir valores morais e religiosos, assim como foi dito anteriormente, e isso é algo que tem que ser combatido, pois em uma sociedade onda há esse tipo de preconceito a evolução das leis e da justiça fica a cargo de concepções filosóficas e religiosas e isso feri os princípios ditos pela CF.

3º Fato: Direitos Humanos e Aborto (Fatos).  
“A criminalização do aborto não reduz a sua incidência, porém traz como consequência a sua realização em condições de insegurança, através de procedimentos clandestinos. Estudos demonstram que o aborto legal tem como consequência uma taxa de mortalidade menor (menos um por 100.000 nascidos vivos) do que o aborto clandestino (50 a 100 por 100.000 nascidos vivos). Calcula-se que a cada ano 70.000 mulheres morrem em consequência de abortos inseguros e clandestinos.
Ao proibir o aborto e ao não oferecer acesso adequado a serviços de planejamento familiar, o Estado deixa as mulheres em situação de risco de morrer em decorrência de uma gravidez não desejada, violando a sua autonomia de decidir livremente sobre o número de filhos e espaçamento entre eles e o seu direito à vida.”
                                                                                     
Levando em consideração as informações acima citadas é notório ver como a criminalização do aborto é algo que feri os princípios dos Direitos Humanos e é valido citar uma passagem do Comitê de Direitos Humanos da ONU: “O respeito à vida das mulheres inclui o dever dos Estados de adotarem medidas para evitar que elas recorram a abortos inseguros e clandestinos que ponham em risco a sua vida e a sua saúde...”. O aborto inseguro é uma das grandes causas de internações de mulheres em hospitais.

4º Fato: Saúde Pública

"Conforme dados do Ministério da Saúde, o aborto é responsável por mortes maternas e esterilização entre as mulheres, sendo o término da gravidez a 5ª causa de entrada em hospitais e a maioria dos casos relacionada a complicações devido à realização de aborto em condições de insegurança. Ainda conforme pesquisa nacional, a prática de abortos clandestinos é responsável pela alta incidência de mortes maternas entre mulheres de idade de 15 a 19 anos.

A criminalização do aborto não reduz a sua incidência, porém traz como consequência a sua realização em condições de insegurança, através de procedimentos clandestinos. Estudos demonstram que o aborto legal tem como consequência uma taxa de mortalidade menor (menos um por 100.000 nascidos vivos) do que o aborto clandestino (50 a 100 por 100.000 nascidos vivos). Calcula-se que a cada ano 70.000 mulheres morrem em consequência de abortos inseguros e clandestinos."

O aborto sendo feito em condições mais seguras é algo que deve ser feito para que diminua a mortalidade de mulheres que fazem esse tipo de interrupção ilegalmente, com a proibição do aborto o estado deixa as mulheres em condições de risco de morrer por conta de abortos feitos clandestinamente.
 

  • contitucional
  • penal
  • aborto
  • direitos humanos

Referências

Aborto e Direitos Humanos: O impacto da criminalização do aborto na saúde e na vida das mulheres no Brasil. 
Beatriz Galli, maio de 2007 (www.aads.org.br/arquivos/Aborto_e_DH_BG07.doc)


Luiz Alfredo Saboia

Estudante de Direito - Teresina, PI


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