Dia após dia a violência é majorada no Brasil. Em todos os estratos sociais o sentimento que se tem é de uma total insegurança, uma quase guerra civil, combate esse em que são partes a sociedade e suas forças de defesa e o crime em suas diversas vertentes. Mas não é sobre isso que quero tratar, até porque já há bons estudiosos por ai que bem debatem a temática, isso de modo quase que exaustivo. Quero falar dos atentados e mortes de Policiais em razão de seu penoso ministério e o conformismo por parte da sociedade em relação a este absurdo.
Quando se fala em Direitos Humanos e sua proteção, sempre vem em nossas mentes as minorias sociais, reeducandos, crianças, idosos, dentre tantos outros subgrupos, quase nunca sendo lembrado e refletido o fato de que, no Brasil, os integrantes de nossas forças de segurança, nossos honrosos e bons policiais, são, em seu dia a dia, tão vítimas quanto qualquer outro cidadão, de inúmeras violações de seus também direitos também humanos, mormente sua integridade física e sua vida. Entretanto, o que me causa mais indignação e espanto é ver uma quase inércia social quanto a clamores e apoios pró Polícia. Nem a sociedade ou mesmo a mídia, na esmagadora maioria das vezes, ergue vozes em defesa e apoio às nossas forças de segurança pública, o que, inegavelmente, causa efeitos negativos no combate diário da criminalidade e na sensação de impunidade por aqueles que se arvoram à condição de transgressor da lei penal.
Devemos fazer uma pergunta: de qual lado estamos afinal? das nossas polícias e, portanto, do bem, ou do crime, do lado obscuro dessa guerra? Em guerras, seja ela um conflito internacional, civil ou mesmo uma contra a criminalidade, como existe no Brasil, não se vence apenas no plano das forças bélicas, das armas, mas no da ideologia e propagando também. A sociedade deve se posicionar de modo mais preciso e incisivo em defesa e apoio às polícias e seus integrantes, buscando formas, juntos aos governos e entidades não estatais, de melhorar a qualidade da segurança pública e também de vida daqueles que a desempenham, pois, não que haja distinção entre a morte de um cidadão comum e a de um policial, mas jamais podemos considerar de mesma periculosidade criminológica o assassinato de um cidadão de bem e o de um integrante de qualquer força de segurança, pois a deste último representa a morte do Estado de Direito, da CRFB/1988, do próprio Estado e seu aparato e, em última análise, a morte de toda a sociedade, pois as polícias são, em linhas simples, a tênue e importante linha que separa e protege os bons dos maus, as prezas dos predadores, o cidadão de bem e sua família do criminoso.
Contudo, que fique claro que, como Advogado e cidadão, não prego aqui nenhuma forma de violação a direitos humanos daqueles que perpetram crimes ou mesmo dos que estão no sistema prisional, mas peço apoio, fortalecimento e também, por que não dizer, proteção dos nossos protetores, que são os nossos policiais, bravos homens e mulheres que se dedicam, arriscando sua própria vida, a lutar por um país melhor e mais seguro.
Pra terminar, volto a dizer: não há possibilidade de ficarmos neutros ante às barbaridades que a criminalidade tem perpetrado contra nossas forças de segurança e contra nós mesmos enquanto sociedade, ao passo que nos ameaçam, atacam e tentam nos subjugar, intentos estes que jamais serão atingidos, pois creio que os valores que nos movem bem como os que lastreiam o atuar de nossos corajosos policias, são bem maiores que qualquer projeto da criminalidade.
Por fim, que fique claro que a guerra contra o crime somente será vencida quando todos nós, indivíduos pertencentes à sociedade organizada, passarmos a apoiar, honrar e respeitar da forma devida nossas distintas forças policiais, que são quem nos protegem e defendem. Enquanto povo componente do Estado brasileiro, devemos nos posicionar de modo mais cirúrgico em relação a questões de tamanha gravidade como a segurança pública, pois só assim teremos efetivas mudanças. Avante Brasil, avante sociedade, avante polícias e que seja vencida a criminalidade.