NATURA X GRUPO OBJETIVO: O QUE ESTÁ EM JOGO QUANDO NÃO SE PLANEJA A SUCESSÃO?


20/08/2025 às 10h38
Por Isabella Tonin Jorge Advocacia

Planejar a sucessão não é só sobre patrimônio, mas sobre governança, legado e prevenção de conflitos

 

Resumo: Neste artigo, você vai entender como decisões (ou a falta delas) influenciam diretamente o futuro patrimonial de grandes empresas. Analisamos dois casos reais: Natura, com sucessão planejada e eficiente, e Grupo Objetivo, com disputas judiciais e prejuízos familiares.

 

Quando pensamos em herança, legado e continuidade empresarial, é comum deixarmos o tema para depois. No entanto, exemplos recentes envolvendo grandes empresas brasileiras mostram que o planejamento sucessório é uma necessidade urgente. Nesse artigo, buscamos gerar consciência sobre os riscos de adiar a organização patrimonial, mesmo em famílias com alto poder aquisitivo, demonstrando que a sua falta, pode resultar em disputas judiciais, descontinuidade da empresa e desgaste familiar.

 

A Natura, gigante do setor de cosméticos, foi protagonista de um exemplo de sucessão planejada e bem estruturada, pois, Guilherme Leal, um dos fundadores da empresa, decidiu antecipar a transição de parte do seu patrimônio para os filhos por meio de doações de ações com cláusula de usufruto vitalício — modelo que permite manter os rendimentos e o poder de decisão sobre as cotas, enquanto os filhos já figuram como titulares. Resultado: a sucessão ocorreu de forma pacífica e a empresa manteve sua governança forte e ativa.

 

Em contraste, o Grupo Objetivo, após o falecimento do fundador, João Carlos Di Genio, se viu em um cenário completamente diferente. Não houve testamento, nem doções em vida ou estruturação empresarial prévia. O resultado? Um inventário bilionário e extremamente complexo, conflitos familiares públicos, disputas de herança com um suposto herdeiro não reconhecido oficialmente, prejuízos à imagem da empresa e insegurança na sua gestão.

 

Esse caso ilustra o que acontece quando o tema sucessório é ignorado, tendo em vista que, existem diversas estratégias jurídicas para estruturar uma transferência de bens de forma tranquila e organizada, como por exemplo, um Testamento, que faria toda a diferença.

 

Segundo a advogada RENATA BILHIM (2025), especializada em planejamento tributário e sucessões, a falta de organização patrimonial, mesmo em grandes fortunas, ainda surpreende, pois em suas palavras, como alguém com uma fortuna desse porte pode não ter planejado sua sucessão?

 

Portanto, planejamento sucessório não é apenas dividir bens — é garantir governança, clareza de vontades e continuidade patrimonial.

 

Conclusão: Planejar a sucessão é uma medida jurídica estratégica, não um privilégio reservado às grandes fortunas. O uso de instrumentos como testamento, doações em vida e acordos familiares pode evitar disputas, reduzir tributos e garantir que o legado seja respeitado — sem depender da sorte ou da boa vontade dos herdeiros. Quer entender como aplicar essas estratégias ao seu caso? Agende uma conversa e descubra quais ferramentas jurídicas podem garantir segurança e harmonia na sucessão da sua família ou empresa.

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Referências

Grupo Objetivo. InfoMoney, 16 fev. 2025. Disponível em: https://www.infomoney.com.br/minhas-financas/planejamento-sucessorio-marca-a-diferenca-entre-casos-da-natura-e-grupo-objetivo/. Acesso em: 25 jun. 2025.


Isabella Tonin Jorge Advocacia

Advogado - Franca, SP


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