O que os controles internos da sua organização não revelam?


29/01/2019 às 08h22
Por Albenici Melo

Sua organização é controlada? Você sabe dimensionar o nível e a qualidade das informações disponíveis e como são adotadas nos processos decisórios?

Mais do que controlar é preciso saber identificar as razões dos controles. Normalmente empresas de pequeno porte não investem em controles internos porque acreditam que não precisam e que tais controles exigem altos investimentos, esta percepção unilateral acaba levando as organizações menores a adotarem ferramentas simples, não customizadas e de valores mais acessíveis, mas que não atendem completamente as suas necessidades de controle.

Por outro lado, as grandes corporações investem pesado numa estrutura complexa de controles internos que acabam se perdendo no emaranhado de controles, muitas vezes dúbios, excessivos e sem lógica de uso.

Daí a necessidade de segregação das razões do controle. A finalidade dos controles é que determinará seu escopo, permitindo a dispensa de elementos supérfluos dentro do contexto de aplicação.

O estabelecimento de um controle interno deve estar lastreado no julgamento quanto a sua pertinência, alcance e resultados que produz. Desta maneira, os parâmetros adotados para seu estabelecimento são fundamentais para que as interpretações extraídas do mesmo sejam únicas e que possíveis desvios possam ser prontamente identificados.

Mas o papel dos controles internos vai além de servir de bússola nos processos decisórios, recai sobre os mesmos a responsabilidade de prevenção de condutas incompatíveis com os propósitos da organização e que compõem um sistema de fraude.

Controles frágeis, alicerçados em bases passíveis de adulteração e ainda sem propósitos oferecem maior possibilidade de serem burlados pois como estabelecidos sem finalidade precisa, simplesmente não são usados e não recebem as devidas análises e correções. A falha na dimensão humana para efetuar a análise crítica dos controles internos é o que leva muitas organizações a sofrerem atos fraudulentos.

Os controles internos desde que compatíveis com a realidade e propósitos da organização possibilitam o dimensionamento correto das suas atividades, a tomada de decisões mais acertadas e ainda evitam perdas em contextos mais sutis, ou seja, os decorrentes de práticas ilícitas.

O perito contábil é o profissional com perfil técnico para identificação de possíveis falhas nos sistemas de controles internos e existência de atos ilícitos que repercutem em perdas patrimoniais para uma organização.

Você acredita que os controles internos da sua organização revelam tudo para você? Pior do que não prever o futuro é tomar decisões num cenário incerto, baseadas em métricas erradas.

  • Controles internos

Referências

Albenici Correia de Melo, mestre em Controladoria Empresarial, perita contábil judicial e extrajudicial, mediadora judicial e extrajudicial, advogada e contadora atuante em conflitos empresariais, também na área de compliance como instrumento de prevenção de litígios.


Albenici Melo

Advogado - São Paulo, SP


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