A escolha de Carmen Lúcia para presidir o STF


15/08/2016 às 11h36
Por André Arnaldo Pereira

Carmen Lúcia Antunes Rocha, mineira de Montes Claros, é a segunda mulher a ocupar o mais alto cargo jurídico no Brasil, tendo sido eleita no último dia 10 de agosto para ocupar a presidência do Supremo Tribunal Federal, cargo do qual tomará posse no próximo dia 14 de setembro.

Carmen Lúcia formou-se bacharel em Direito pela Faculdade Mineira de Direito em 1977, tornando-se especialista em Direito de Empresa pela Fundação Dom Cabral e mestre em Direito Constitucional pela Universidade Federal de Minas Gerais, em 1982, e, finalmente, doutora em Direito do Estado pela Universidade de São Paulo em 1983.

Desde essa época, ela é professora titular de Direito Constitucional na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, sendo ainda coordenadora do Núcleo de Direito Constitucional.

Entre suas atividades no Direito, ocupou o cargo de procuradora do estado de Minas Gerais (1983 a 2006), é membro efetivo do Instituto dos Advogados Brasileiros e membro da Comissão de Estudos Constitucionais do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (1994 a 2006).

Indicada em 2006 para o cargo de ministra do STJ, assumiu a vice-presidência em 2014, além de também ser ministra do TSE, sendo a primeira mulher a se tornar presidente no Tribunal Superior Eleitoral.

Além de todas as atividades, Carmen Lúcia usa o tempo livre para escrever, tendo já sete livros publicados, onde coloca sua análise crítica sobre diversos assuntos ligados ao Direito.

Uma jurista casada com o Direito

Reconhecidamente, Carmen Lúcia, que nunca se casou, é uma jurista casada com o Direito. Morando atualmente no Lago Sul de Brasília, vive às voltas com os processos, que não se cansa de estudar, trabalha além da conta e vive exclusivamente pela profissão.

Uma das causas de que defensora ferrenha é a paz institucional no Brasil, que considera carente de líderes que possam trazer condições de convivência pacífica entre as diversas vertentes. Como ela própria diz, “não sei o que pacifica o Brasil hoje”.

Carmen Lúcia sempre se mostrou uma mulher de fé nas instituições, interessando-se de forma clara pelos desfavorecidos, defendendo a causa das mulheres e sendo fã incondicional da juventude que, espera ela, traga novos rumos para o país.

Sua presença na presidência do Supremo Tribunal Federal, certamente, trará também novos rumos para a situação política que vive o país, gerando mais confiança e credibilidade à instituição que vem sendo cada vez mais acompanhada pela população.

A partir de setembro, ela estará comandando o STF e o Conselho Nacional de Justiça, reafirmando sua crença na capacidade de superação da crise e buscando tolerância e compreensão por parte dos brasileiros para com a situação.

Sua maior esperança é o surgimento de novas lideranças, já que, como ela afirma, “o papel das lideranças é apelar para o entendimento e fazer a travessia que leve ao encontro. Um povo não pode ficar muito tempo flutuando, sem saber para onde vai”.

A presença de Carmen Lúcia na presidência do STJ, além de encher de esperanças o povo brasileiro, fortalece a instituição e mostra o respeito pelo estado de direito em que se encontra o país.

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André Arnaldo Pereira

Advogado - Santa Rosa, RS


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