Economia: 2017 será ano para segurar investimentos


09/11/2016 às 08h50
Por André Arnaldo Pereira

Mesmo prevendo que 2017 será um ano de recuperação para a economia brasileira, com crescimento real de faturamento, a maior parte das empresas pretende segurar investimentos.

A previsão é que a receita líquida deverá avançar 8,3% acima da inflação projetada, de 4,94%. A alta de investimentos, segundo os planos de mais de 700 empresas pesquisadas, é de apenas 5%, ou seja, acompanhando a inflação.

Hoje, a utilização da capacidade instalada nas empresas está em 77,4%, menor índice desde 2003, segundo a Confederação Nacional da Indústria. Os aportes devem ser feitos apenas para manter a atividade e a estrutura das companhias produtoras.

Segundo a CNI, apenas 14% das empresas pretendem ampliar suas plantas, enquanto que a substituição de equipamentos pode chegar a 40%, mantendo um segundo lugar entre os investimentos considerados prioritários, ficando atrás do lançamento de novos produtos e serviços.

A pesquisa aponta que a queda de faturamento terá redução de 26% para 6% em 2017 e 35% das empresas preveem crescimento entre 10 e 20% para o próximo ano, enquanto apenas 19% esperam alta superior a 20%.

A perspectiva de melhora nos resultados depende sobretudo da retomada de investimentos em infraestrutura, que deve ser impulsionada pelas privatizações que o governo deverá implementar, além, é claro, de maior confiança dos consumidores e das próprias empresas.

Reforma fiscal não é a principal preocupação, já que o mundo possui bastante liquidez, havendo bastante aplicação em países com juros negativos e, com a queda da Selic, prevista para 2017, parte desse capital deve vir para o Brasil.

Prioridades empresariais para 2017

A infraestrutura deverá concentrar os investimentos previstos entre as empresas para 2017, através das concessões planejadas pelo governo federal. As áreas que deverão ter mais aportes serão as rodovias, a companhias energéticas e os portos, com pelo menos 37% das empresas verificadas tendo pretensão de participar de licitações nesses segmentos.

Áreas de serviços financeiros, de tecnologia e de saúde estão entre as mais otimistas, estimando alta de 25% no faturamento no próximo ano, sem desconto da inflação.

A expansão não é considerada pela maior parte das empresas, já que a capacidade ociosa impede que se possa ampliar as instalações, dependendo da retomada de crescimento econômico, embora grande parte das empresas esteja buscando aumentar a produção, principalmente para chegar aos níveis anteriores à crise.

Os investimentos para ampliação somente serão planejados e implementados depois que houver sinais mais fortes da retomada do crescimento econômico, situação que mostra o bom senso dos empresários brasileiros.

Um dos segmentos mais prejudicados desde 2013, quando teve início a crise econômica, a construção civil não tem ainda previsão de retomada maior. As empresas do setor, que foi um dos mais afetados, estimam um crescimento de apenas 5% na receita líquida para o próximo ano, depois de ter amargado retração média de 10% em 2016. Desta forma, o setor da construção civil deve encerrar 2016 no mesmo patamar de 2015, tendo a perspectiva de crescimento de somente 5% em 2017.

A retomada de investimentos, certamente, só deve acontecer em 2018.

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André Arnaldo Pereira

Advogado - Santa Rosa, RS


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