Eduardo Cunha é preso e conduzido para Curitiba a pedido do juiz Sergio Moro


19/10/2016 às 20h40
Por André Arnaldo Pereira

Nenhuma outra notícia abalou tanto o país nesta quarta-feira, dia 19/10, quanto à repercussão da prisão do deputado federal cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. O pedido preventivo de prisão partiu do juiz Sergio Moro, que é o responsável pelas ações da Operação Lava Jato.

A Polícia Federal se mobilizou para efetuar a prisão de Cunha, que foi conduzido para a capital do Paraná, Curitiba. Na cidade paranaense, o ex-deputado deve ser ouvido pelo juiz, que dará continuidade as averiguações.

De acordo com reportagem da Agência Brasil, a prisão preventiva de Cunha foi decretada ao se constatar que a liberdade do político poderia interferir diretamente no processo de apuração dos fatos.

Moro temia fuga de Eduardo Cunha para o exterior

O juiz Sergio Moro argumenta que existem provas de que Eduardo Cunha possui com contas em paraísos fiscais que ainda não foram t descobertas, razão esta que pode dificultar o andamento do caso. Além disso, a Polícia Federal alega que a dupla cidadania de Cunha, que tem nacionalidade italiana e brasileira, poderia facilitar a sua fuga para a Europa.

Moro afirma que enquanto não for totalizado o rastreamento das contas de Cunha, há um risco iminente do desaparecimento das provas criminais, podendo até mesmo impedir a recuperação desta quantidade. Ao mesmo tempo em que o dinheiro ilegal poderia desaparecer a qualquer momento, o acusado também teria condições de utilizar esse suporte financeiro ilegal para viabilizar a sua fuga do Brasil e se esquivar das autoridades brasileiras.

A prisão de Cunha foi emitida em função de uma ação na qual é acusado do recebimento de aproximadamente 5 milhões, que foram repassados a contas não reconhecidas legalmente na Suíça. De acordo com as investigações, essa quantia seria o resultado da aquisição de um poço de petróleo pela Petrobras, na África.

Vale lembrar que essa ação penal foi iniciada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), No entanto, ficou sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro logo após a cassação e a respectiva perda do foro privilegiado do ex-presidente da Câmara de Deputados, que aconteceu no dia 12 de setembro.

Eduardo Cunha se defende e chama prisão de absurda

Após a sua prisão e condução para Curitiba em um avião da Polícia Federal, a defesa de Cunha emitiu um comunicado oficial. Nesta nota, Cunha alega que o seu pedido de prisão é totalmente “absurdo” e toma como base uma ação já encerrada pelo Supremo Tribunal.

O deputado cassado ainda ressalta que a referida ação foi extinta e que Moro teria usado motivos referentes a outros casos que não se encontram sob sua responsabilidade, não sendo ele a autoridade responsável pela deliberação. Por fim, o comunicado ainda frisa que todas as providências possíveis para reverter à decisão, considerada absurda, serão tomadas por seus advogados de defesa,

Segundo as informações da Polícia Federal, o ex-deputado será encaminhado diretamente para a superintendência na capital paranaense e efetuará os exames no Instituto Médico Legal (IML) apenas nesta quinta-feira, dia 20/10.

  • Eduardo Cunha preso
  • Eduardo Cunha
  • Sérgio Moro

André Arnaldo Pereira

Advogado - Santa Rosa, RS


Comentários