No domingo, dia de realização da segunda e última etapa do Enem, 11 pessoas foram presas em duas operações realizadas pela Polícia Federal em 8 Estados, com o objetivo de combater fraudes.
Franco Perazzoni, delegado da PF, informou que todos os presos foram flagrados usando ponto eletrônico. No entanto, não soube informar quantos estavam fazendo a prova e quantos passavam o gabarito.
As investigações irão prosseguir para cruzar os gabaritos com o Inep e buscar apurar se houve mais fraudes do que as que foram descobertas.
A Polícia Federal aplicou duas operações em pelo menos 8 Estados, sendo uma delas em Montes Claros, Minas Gerais, que teve como alvo uma organização criminosa suspeita de utilizar uma central de telefonia celular e pontos eletrônicos, através dos quais repassava informações aos candidatos. A organização cobrava até R$ 180 mil por cada gabarito.
A segunda operação da PF ocorreu em Estados do Norte e do Nordeste, investigando 22 pessoas também suspeitas de fraudes contra o Enem. A operação realizada em Minas Gerais, denominada “Embuste”, cumpriu 28 mandados judiciais, sendo 4 de prisão temporária, 4 de condução coercitiva, quando uma pessoa é levada para depor, 15 de busca e apreensão e mais 5 de sequestro de bens. As prisões foram realizadas nesta operação.
Cursos de medicina, principal alvo dos fraudadores
Segundo as informações da Polícia Federal, o principal alvo dos candidatos que participaram das fraudes eram os cursos de medicina. No decorrer das investigações, a PF conseguiu identificar o repasse dos gabaritos através de uma moderna central de telefonia celular, que era passada para candidatos alocados em diversas partes do país.
O delegado Franco Perazzoni também informou que, num dos casos de prisão, o equipamento com a escuta foi retirado do ouvido do candidato com uma pinça que possui um imã na ponta. O rapaz, um estudante de 34 anos de Fortaleza, no Ceará, fazia a prova quando foi preso em flagrante, usando o equipamento eletrônico preso ao corpo, com pontos de escuta nos ouvidos. Ele foi identificado depois da deflagração da Operação Embuste, no Estado de Minas Gerais.
Segundo as informações da Polícia Federal, além do Enem deste ano, o grupo já teria fraudado, neste ano, vestibulares nas cidades de Mineiros, em Goiás, e em Vitória da Conquista, Bahia, no último mês de outubro.
Nos Estados do Norte e Nordeste a operação foi chamada de Jogo Limpo, tendo atuação em sete deles: Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Tocantins, Amapá e Pará. A PF informou que, nesta operação foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão e que o objetivo era reprimir as fraudes ao Enem.
A nota da PF informa que “a partir da análise de gabaritos apresentados em anos anteriores promovida pela Polícia Federal em conjunto com o Inep, foram identificadas 22 pessoas que teriam apresentado respostas suspeitas de fraude e que fariam a prova novamente em 2016”.
Na operação Jogo Limpo somente uma pessoa foi presa fazendo aprova em Santarém, no Pará, que foi levada para prestar esclarecimentos quando saiu do local do exame.
