Habeas Corpus é derrubado e goleiro Bruno deve voltar para a cadeia


27/04/2017 às 20h49
Por André Arnaldo Pereira

Após muita polêmica, entrevistas e até mesmo a sua volta aos gramados como atleta profissional pelo clube mineiro Boa Esporte, o goleiro Bruno Fernandes de Souza deve retornar para a prisão em breve.

Nesta terça-feira, 25 de abril, o habeas corpus que concedeu a liberdade no fim do mês de fevereiro foi derrubado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por 3 votos a 1. Os ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber e Luiz Fux votaram a favor do retorno imediato de Bruno para a prisão.

Inicialmente, o atleta havia sido colocado em liberdade em função de uma liminar concedida pelo ministro do STF, Marco Aurélio Mello, que foi voto vencido na revogação desta terça-feira.

A resolução foi efetuada após uma solicitação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que analisou em um parecer repassado ao Supremo que o goleiro deveria ser mantido atrás das grades enquanto o Tribunal de Justiça de Minas Gerais não julgar o seu recurso, que está em andamento há 4 anos, de acordo com jornal El Pais.

De acordo com Janot, a lentidão para o julgamento em definitivo da sentença de Bruno tem a ver com uma estratégia traçada por sua defesa para prolongar o processo com a colocação de inúmeros recursos.

Em contrapartida, o advogado do goleiro, Lucio Adolfo, afirma que está em dia com todos os prazos determinados para o processo, repassando a culpa pela demora ao Ministério Público e a extensão do caso, que abrange mais seis réus.

Goleiro Bruno discorda, mas se apresentará normalmente as autoridades

Com a suspensão do habeas corpus pelo Supremo Tribunal Federal, um novo mandado de prisão contra o goleiro será expedido nas próximas horas. Contudo, o atleta já se apresentou por livre e espontânea vontade as autoridades policiais na cidade de Varginha (MG), onde está morando e atuando no Boa Esporte.

Na noite desta terça-feira, o goleiro chegou a se dirigir até a delegacia de polícia, mas foi liberado em função da ausência de um mandado até aquele momento. O seu advogado garante que o atleta voltará a se colocar a disposição da Justiça, mesmo discordando totalmente da determinação do STF.

Lucio Adolfo declara que não existe nenhuma razão para a nova prisão de Bruno, uma vez que está desempenhando uma função profissional honestamente, contando com residência fixa e sem representar uma ameaça para ninguém.

Em entrevista ao portal de notícias da Globo, o G1, o advogado de defesa voltou a criticar a lentidão na analise do processo durante a prisão e a celeridade para as tomadas de decisão logo após a sua soltura.

Relembre o caso da prisão do goleiro Bruno

No dia 24 de fevereiro, Bruno deixou a Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac), local em que cumpria a sua sentença de 22 anos e 3 meses por ser apontado como o mandante do assassinato da modelo Elisa Samudio, mãe do garoto Bruninho. Antes do crime, Elisa chegou a prestar queixa contra Bruno e pleiteava o recebimento de uma pensão para a criança.

Cerca de 15 dias depois de reconquistar a liberdade, ele acertou com o clube Boa Esporte para a disputa da 2ª divisão do Campeonato Mineiro e também da Série B do Campeonato Brasileiro. O último time profissional de Bruno havia sido o Flamengo.

A sua volta ao futebol ocorreu no dia 8 de abril cercada de muita polêmica a nível nacional. Desde então, ele participou de quatro partidas pelo Boa Esporte. Antes de obter o habeas corpus, Bruno cumpriu somente 6 anos e 7 meses de sua pena.

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André Arnaldo Pereira

Advogado - Santa Rosa, RS


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