O tema da redação do Enem deste ano, “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil” é, certamente, algo que deve despertar um pouco mais a consciência das pessoas com relação à convivência pacífica entre as mais diversas religiões que encontramos em nosso território.
O tema chegou a gerar controvérsias e reclamações, inclusive por ter sido objetivo de divulgação de uma prova falsa em 2015, que apresentava o mesmo assunto como possível tema para a redação daquele ano.
No entanto, em nota divulgada à imprensa, o Inep, órgão responsável pela realização do Enem, afirma que o tema não é o mesmo, sendo uma tentativa de tumultuar o Enem 2016, informando ainda que o gráfico que apoia o desenvolvimento da redação das provas do Enem é baseado em estudos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Segundo o Inep, na elaboração da prova de redação são escolhidos alguns textos que visam a motivação dos alunos, textos que, em sua maioria, são retirados de sites de instituições governamentais. Os textos motivadores irão servir de apoio ao candidato para que possa refletir sobre o tema e dar o encaminhamento que considerar mais adequado dentro da proposta, respeitando os direitos humanos.
Segundo professores, o tema foi bem escolhido
Professores consultados sobre o tema da redação do Enem 2016 informaram que o tema foi trabalhado nas aulas, não chegando a ser uma surpresa, já que se trata de assunto corrente, sempre presente na mídia.
Diante das condições atuais de inúmeras seitas que buscam centralizar suas pregações de forma pentecostal, voltadas única e exclusivamente para a captação de dinheiro através de doações e dízimos, o tema pode despertar melhor a consciência das pessoas, levando-as a julgar melhor o meio como alguns pastores encaminham suas pregações.
O Inep utilizou os perfis sociais do Twitter e do Facebook para divulgar o tema da redação logo depois do início das provas. Nesses perfis, os próprios internautas se dividiram entre elogios ao tema escolhido e ao apontamento da polêmica que o mesmo pode criar entre seguidores de diferentes credos e seitas.
Para muitos, o tema foi pertinente e muito bem escolhido, embora seja uma proposta que exija uma intervenção social diferente, que não está simplesmente baseada em políticas públicas, já que interfere com a fé de cada pessoa.
O assunto focado, intolerância religiosa, deve passar por um diálogo, por mudança de atitudes das pessoas, envolvidas ou não com qualquer tipo de credo, e até mesmo de uma revisão ideológica por parte das mesmas.
O tema da redação do Enem 2016 pode fazer com que muitos candidatos possam mostrar o domínio da cultura geral, escrevendo o que sente e conhece sobre a verdade e a mentira do conflito religioso, que, deve-se destacar, não possui suas razões apenas baseadas na religião, mas trazem um componente econômico subjacente. Assim, a avaliação da intolerância religiosa passa também pela forma de captar e entender os interesses, seja das religiões ou de seus líderes, seja da capacidade de entendimento dos próprios fiéis.
