O ministro Luiz Edson Fachin, que ocupa o cargo de relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou recentemente o prazo para que a Polícia Federal encerre todas as investigações a respeito do Presidente da República, Michel Temer.
Em função da determinação de Fachin, o processo precisa ser concluído até a próxima segunda-feira, dia 19 de junho, uma vez que o período extra de 05 dias não leva em consideração o sábado e o domingo.
De acordo com informações do portal de notícias da Globo, o G1, o tempo para a resolução do inquérito deveria ter sido concluído até a última terça-feira, dia 13. Entretanto, a Polícia Federal solicitou mais dez dias devido a realização de pericia em todo o material de áudio gravado por Joesley Batista, um dos proprietários da empresa JBS, em uma reunião extraoficial com o presidente.
A defesa de Michel Temer, por sua vez, afirma que o conteúdo é totalmente imprestável, teria sofrido diversas edições e, em “um momento normal”, nunca seria tomado como uma evidência desta importância.
Polícia Federal ganha tempo para investigar envolvimento de Temer
Tomando como base as informações apresentadas nas delações dos donos da JBS, a investigação a respeito do presidente visa descobrir se Temer executou algum ato ilícito de obstrução de Justiça, participação em organização criminosa e ainda de corrupção passiva.
Até a próxima segunda-feira, a Procuradoria Geral da República (PGR), que está à frente de todo o processo de apuração, também tende a realizar uma declaração sobre a solicitação de Michel Temer para que todo o processo seja arquivado de uma vez.
Dentro do entendimento do Ministério Público Federal, Michel Temer e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), afastado de sua função como parlamentar no momento, trabalharam em conjunto a fim de evitar o avanço das investigações da Operação Lava Jato.
Temer trabalha para desqualificar provas apresentadas por irmãos Batista
Desde que as delações premiadas de Wesley e Joesley Batista chegaram ao conhecimento público, através de uma reportagem no site do Jornal O Globo, Michel Temer tem encaminhado sucessivas notas oficiais para os veículos de comunicação, realizado entrevistas e diversos pronunciamentos oficiais na rede nacional de rádio e TV para tirar o peso das supostas acusações e reforçar que nunca colaborou para o beneficiamento da JBS.
Contudo, os integrantes da oposição na Câmara de Deputados e no Senado Federal começaram um forte movimento exigindo o impeachment, além de vários partidos da chamada base aliada que retiraram o suporte ao Governo do PMDB. Vale lembrar que o PSDB deve decidir nos próximos dias se fica ao lado de Michel Temer ou se afasta do Governo de uma vez por todas.