Nadadores norte-americanos não foram assaltados


18/08/2016 às 16h41
Por André Arnaldo Pereira

Um dos nadadores norte-americanos envolvidos na denúncia de assalto que agitou a mídia na última semana conseguiu sair do Brasil, retornando aos Estados Unidos. Ryan Lochte, juntamente com seus colegas James Feigen, Gunnar Bentz e Jack Conger, todos medalhistas olímpicos, são acusados de falsa comunicação de crime, informando terem sofrido um assalto na Lagoa Rodrigo de Freitas, no domingo, 14 de agosto.

Imagens de uma câmera de segurança do posto de gasolina onde eles alegaram terem sido assaltados, mostram que houve um tumulto entre os nadadores e os seguranças do estabelecimento.

Com base nas imagens e em depoimentos, a polícia excluiu a hipótese de assalto, como haviam comunicado anteriormente. De acordo com o que foi apurado, os atletas inventaram o assalto.

Ainda segundo o vídeo, que mostra os nadadores saindo do banheiro, eles depredaram o local e, em virtude disso, teriam sido impedidos pelos seguranças de deixar o posto.

Juíza determinou apreensão dos passaportes

A juíza Keyla Blanc De Cnop, do Juizado Especial do Torcedor e Grandes Eventos havia determinado a expedição de mandados de busca e apreensão dos passaportes dos nadadores americanos, impedindo-os de deixar o país até que houvesse uma conclusão sobre o caso.

A juíza, para tomar a decisão, apontou possíveis divergências nos relatos dos atletas. Lochte havia afirmado que os esportistas teriam sido abordados por um assaltante, a quem foi obrigado a entregar 400 dólares. Em seu depoimento, Feigen disse que haviam sido surpreendidos por alguns assaltantes, mas que somente um estava armado.

O que causou estranheza aos investigadores foi que os supostos assaltantes não roubaram nem as carteiras nem as credenciais do grupo, havendo ainda o fato de uma súbita amnésia alcoólica, além do sumiço de um taxista que, segundo os atletas, estava dirigindo o carro.

Lochte conseguiu sair do país antes da determinação judicial e os outros três foram retidos antes do embarque. O mandado de busca foi determinado para que nenhuma possível prova desaparecesse, havendo a determinação para que o celular de Feiger fosse apreendido para rastrear os locais onde o grupo esteve na madrugada do suposto assalto.

No último dia 18 de agosto o Comitê Olímpico dos Estados Unidos divulgou uma nota dizendo que os três nadadores que ainda estão no Brasil irão cooperar, agendando novos depoimentos às autoridades brasileiras, sendo representados por um advogado e apoiados tanto pelo comitê quanto pelo Consulado dos Estados Unidos no Rio.

Lochte, depois de seu depoimentos à polícia do Rio e antes de embarcar para os Estados Unidos, disse que foi tratado com muita cordialidade, que poucas perguntas foram feitas pelos policiais e que não foi solicitado que ele ficasse para investigações posteriores. O nadador apenas reclamou que estava sendo tratado como suspeito, e não como vítima.

Para Fernando Veloso, Chefe da Polícia Civil do Rio, no entanto, os atletas devem desculpas aos cariocas, já que a única verdade da história é que os quatro estavam bêbados na ocasião e aproveitaram-se para depredar o posto onde estavam.

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André Arnaldo Pereira

Advogado - Santa Rosa, RS


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