O governo avalia que a pior parte do discurso do “golpe”, de chamar o presidente Temer de “golpista” e dos gritos e vaias com o tradicional “Fora Temer” terminou junto com o primeiro turno das eleições municipais.
O primeiro turno não apenas mostrou que a democracia brasileira está funcionando em pleno vapor, como deu a vitória aos partidos da base do governo, como PSDB, PSD e PSB, por exemplo, trazendo uma grande derrota aos que insistem em considerar que o impeachment de Dilma Rousseff é um golpe.
Em São Paulo, capital, o PT perdeu o que pode ser considerado a “cereja do bolo”, enquanto em Belo Horizonte perdeu o próprio bolo e no Rio de Janeiro até a bandeja onde estava o bolo, já que nem apresentou um candidato.
Além disso, o PT não conseguiu deslanchar em Salvador, terminou o primeiro turno em terceiro lugar em Porto Alegre, viu escapar de suas mãos quase 60% das atuais prefeituras e ficou abaixo de 20% na contagem de votos no país inteiro.
Nas capitais, a única exceção foi Rio Branco, no Acre, onde venceu no primeiro turno. Em Recife, está disputando o segundo turno contra o PSB.
Gritos esparsos ainda ecoam sobre o golpe
Manifestações de parlamentares e políticos ligados ao PT ainda teimam em insistir no tema do golpe. Foi o que aconteceu com Marcelo Freixo, do PSOL, no Rio de Janeiro, cidade que apresentou uma proeza no primeiro turno, ficando entre dois extremos: de um lado, Crivella, atual senador e integrante da Igreja Universal do Reino de Deus, o que o coloca entre a ala mais conservadora, embora não de extrema direita, e, de outro lado, Freixo, deputado estadual do PSOL, professor, ligado à esquerda e que, embora cheio de intenções, ainda sem demonstrar conhecimento, experiência e, principalmente, competência para enfrentar a crise que a cidade do Rio de Janeiro atravessa.
Um fato interessante é que, embora Eduardo Paes, do PMDB, tenha governado o Rio durante a Copa do Mundo e as Olimpíadas, deixando museus, melhor mobilidade urbana, o centro completamente restaurado e equipamentos esportivos de ponta, está saindo com a popularidade em baixa, não tendo nem emplacado o sucessor para o segundo turno.
De acordo com analistas, não fazia sentido Paes insistir em um candidato como Pedro Paulo, acusado de bater na esposa, tendo tomado a melhor atitude, deixando que as coisas acontecessem de acordo com a vontade dos eleitores.
O Rio de Janeiro é, hoje, um grande espelho da crise econômica deixada pelo governo petista nos últimos 14 anos e mostra-se como uma bomba prestes a explodir. Essa bomba, certamente, irá explodir nas mãos de um dos dois candidatos.
As eleições municipais de 2016 deixaram aos políticos muitas lições, estando ainda a engolir líderes atuais e futuros, levando o Partido dos Trabalhadores à bancarrota e mostrando que existem caminhos diferentes a serem trilhados.
Para os políticos, principalmente aqueles que buscaram deter o poder, sobra a lição de que a vitória, nessas eleições não está com os eleitos, e sim com as abstenções e com os votos nulo e branco.