Pesquisas eleitorais mostram queda brutal do PT


27/09/2016 às 15h54
Por André Arnaldo Pereira

Diante de todas as denúncias contra integrantes do partido e com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o PT está patinando nas pesquisas eleitorais de todo o Brasil. A única exceção, até o momento, é Rio Branco, capital do Acre, onde Marcus Alexandre tem a maior intenção de votos, sendo candidato à reeleição. Nas outras capitais de Estado, o PT já sabe que não irá conseguir eleger nenhum prefeito.

Na Região Nordeste, onde historicamente o partido sempre teve bons resultados, dos nove candidatos petistas ou que disputam em coligação, apenas cinco aparecem com 10% ou pouco mais nas pesquisas de intenção de voto.

Dentre todas as capitais, apenas quatro (Aracaju, Fortaleza, Recife e São Luiz) teriam alguma chance de segundo turno, com poucas possibilidades de se eleger no primeiro.

A crise nacional do Partido dos Trabalhadores diante das acusações de corrupção descobertas através da Operação Lava-jato, o impeachment e o sentimento antipetista vem provocando impacto direto nas pesquisas eleitorais.

Os analistas políticos acreditam que, mesmo que a discussão nacional não seja aplicada a todas as intenções de voto, as notícias do que ocorre no âmbito federal criaram um impacto negativo no desempenho de candidatos petistas municipais e o que estão coligados evitam criar maiores vínculos com o partido no horário eleitoral para não manchar a própria imagem.

São Paulo perde o “cinturão vermelho”

As cidades da Região Metropolitana de São Paulo, conhecidas como “cinturão vermelho”, também estão sendo perdidas para outros partidos na reta final das eleições municipais.

O PT possui hoje 6 das 36 prefeituras da RMSP, incluindo a capital paulista. As previsões da legenda não são nada otimistas para depois do dia 2 de outubro.

Em São Paulo existe a possibilidade de o PT não conseguir reeleger o prefeito Fernando Haddad e os dirigentes petistas já admitem que a eleição paulista será um desastre para a legenda.

Ao contrário do que ocorreu em outras eleições, desta vez o ex-presidente Lula não subiu em um único palanque na região que o consolidou como líder político. Lula fez a opção por campanhas nas cidades do interior do Nordeste, onde o PT ainda não está tão ruim.

Em São Paulo, pelos cálculos do próprio PT, há chances de vitória em Santo André, com Carlos Grana, e em Guarulhos, onde poderá ser eleito Elói Pietá, embora o partido saiba que terá dificuldades em ambas as cidades.

Além da crise interna do PT, as mudanças sociais e econômicas nas cidades da RMSP ajudam a explicar o novo perfil do eleitor paulista, onde o PT surgiu na esteira das greves das décadas de 1970 e 1980.

A região perdeu indústrias e cresceu no setor de serviços. Em vez de uma classe operária tradicional, surgiu uma classe média que não se identifica com os ideais do PT. Basta ver que, nas eleições presidenciais, a maior parte dos municípios votou em Aécio, do PSDB.

A esse realinhamento eleitoral é preciso somar o antipetismo, bastante acentuado pelas denúncias de corrupção, e o descontentamento com a política, desde as manifestações de 2013.

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André Arnaldo Pereira

Advogado - Santa Rosa, RS


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