Uma professora de Direito da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Goiás, Bárbara Cruvinel, foi demitida após ter dado nota 10 para uma turma inteira.
A história teve início quando uma aluna da disciplina de Direito Civil foi reprovada e, de acordo com a docente, a ameaçou. Alegando não ter respaldo por parte da instituição de ensino e com medo, ela mudou a nota de todos os alunos, sendo desligada após o acontecimento.
A assessoria de imprensa da universidade informou que a demissão havia ocorrido por problemas didáticos e pedagógicos apresentados pela docente, ponderando ainda que a instituição iria manter os detalhes por ética.
A professora leciona há oito anos e revelou que a estudante insatisfeita havia reclamado em tom agressivo, dizendo querer outra nota ou outra prova, ou mesmo rever a média e que, se não resolvesse o problema, a professora iria sentir a dor em si própria e nos seus filhos.
Um dos alunos da mesma turma presenciou a discussão, contando que a aluna havia sido agressiva realmente. A professora, após procurar a reitoria da faculdade, não obteve qualquer resposta por sua reclamação e, por receito, resolveu mudar a nota de todos, inclusive da estudante reprovada.
O caso ganhou repercussão dentro da universidade, chegando ao ponto de culminar com a demissão da professora, sem qualquer explicação sobre o real motivo, recebendo apenas a informação de que não havia razão explícita para o fato.
Para a maior parte dos estudantes, a situação não pode ser encerrada com a demissão da professora e, sentindo-se prejudicados, fizeram um protesto em frente à universidade pedindo sua recontratação. Para os alunos, trata-se de uma arbitrariedade, já que os alunos devem respeitar o professor e não haver o prejuízo de um grande número de alunos em virtude da postura de apenas uma.
O caso está sendo investigado, segundo a PUC-GO
A instituição de ensino garante que o caso se encontra em investigação, sem explicar exatamente que posição será tomada, seja com relação à professora, seja com relação à aluna que a ameaçou.
Para a professora, o caso ainda está pendente, já que ainda não resolveu se pretende entrar na justiça para retornar ao cargo que ocupava na universidade. No entanto, ela pondera que é necessário retornar à sala de aula, reassumindo suas turmas, uma vez que o semestre letivo está em curso e que não pretende prejudicar os alunos.
O caso, no entanto, traz à baila a situação do ensino no Brasil, onde professores são constantemente ameaçados e muitas vezes agredidos pelos alunos. O professor deve ser visto como uma pessoa com autoridade para tomar as decisões que considerar mais acertadas e não se tornar refém de alunos que não foram devidamente educados em suas famílias.
Distorce-se a posição dos pais, que hoje delegam à escola uma obrigação que lhes é inerente, ou seja, a educação deve ser fornecida pela família, enquanto que a escola é quem fornece o conhecimento necessário para que pessoas educadas possam encontrar a melhor formação para o seu futuro.