Reforma no ensino escolar


26/09/2016 às 14h23
Por André Arnaldo Pereira

Quem estiver cursando o ensino médio a partir de 2018 poderá encontrar uma sala de aula completamente diferente da que temos na atualidade. O governo emitiu uma medida provisória colocando o ensino médio no seu avesso, gerando inúmeras dúvidas entre pais e alunos.

No entanto, caso as propostas da medida se concretizem, haverá avanços na educação a partir de sua implementação em 2018, criando uma revolução num dos piores ensinos do planeta, mostrando-se hoje engessado, ineficiente e desconectado com a realidade em que vivemos.

Um dos grandes erros do ensino médio é manter-se dentro de um modelo inflexível, sendo este o ponto central atacado pela medida. Por exemplo, para quem gosta de artes, o ensino médio obriga a estudar com profundidade a química orgânica e, para quem gosta de biologia, a obrigatoriedade está no estudo de história.

Mesmo que seja importante ter uma base geral da educação, o ensino médio atual obriga o aluno a aprender sobre tudo, à revelia de seus interesses e aptidões, dentro de um currículo extenso que acaba nada ensinando.

Como são previstas as mudanças no ensino médio?

O modelo de hoje do ensino médio estabelece que todos devem aprender o mesmo conteúdo durante os três anos, com 13 disciplinas obrigatórias e, para os que optam pelo ensino técnico, existe a obrigação de finalizar os três anos do ensino médio.

A mudança estabelece que, em metade do tempo do ensino médio, o conteúdo será igual para todos e, na outra metade, os próprios alunos deverão escolher as disciplinas que pretendem cursar, dentro das principais áreas do conhecimento humano.

O currículo obrigatório, portanto, ficará bem mais enxuto, havendo, por enquanto a definição de português e matemática. Algumas outras disciplinas, ainda a serem definidas, devem ser eliminadas da grade fixa.

Ainda dentro das mudanças, o ensino técnico poderá substituir algumas disciplinas do médio, na metade do tempo reservada à livre escolha do estudante.

Havendo sucesso nas mudanças, quem tem maior tendência para as Ciências Humanas não terá necessidade de aprofundar-se em estudos de Ciências Exatas, como Física e Química. Esta opção, como acontece em países que estão mais evoluídos no ranking educacional, é o primeiro passo para fazer com que a escola se torne mais atraente.

O que se observa é que os países que estão no topo do ranking educacional estão eliminando matérias do currículo, atendo-se ao essencial para os alunos se desenvolverem em suas vocações. O Brasil, ainda hoje, é um exemplo que como o excesso de conteúdo leva ao baixo índice no aprendizado.

Como está o ensino médio hoje faz com que muitos jovens desistam de uma carreira técnica, uma vez que não têm tempo nem interesse em completar o ciclo do ensino médio.

Caso a escola se torne mais acessível, estará aberta a primeira porta daquelas que levou muitos países a alavancar a própria economia, desenvolvendo interesses direcionados e fomentando as pesquisas e a busca por novas tecnologias.

Focar-se no ensino daquilo que realmente interessa aos alunos é criar condições de evitar a deserção escolar e estabelecer projetos para o futuro do país.

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André Arnaldo Pereira

Advogado - Santa Rosa, RS


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